Meu caro amigo. Prosa. Poesia. Poema. O que importa? Qual a métrica, qual a rima, qual a melhor estética? O que importa? Porque nos limitar a regras? Já não são tantas as que nos cerceiam? Perguntas que não precisam respostas, cada indivíduo deve construir a sua própria idiossincrasia, sem ser casuístico. A minha, no que se refere aos textos, é a de construir um jogo de palavras a fim de expressar alguma idéia, mesmo que seja a idéia de coisa nenhuma.
Devemos objurgar os circunlóquios adredemente aqui discreteados? Perscrutar no Aurélio a loquacidade supra é o desiderato, sem fulcrar-se na jactância ou pedantismo, mas com o mister de acabar com a indolência e o trivial que contamina nossas cabeças. Este é o escopo. Ou como preferes, este é o desejo, esta é a intenção. Eis o porque escrever deveras e não realmente, tálamo e não leito, talante e não desejo, e andejo ao invés de andarilho. Não quero apenas enfeitar a estrofe, ou será refrão? Talvez estribilho? Quero o pensar, o pesquisar, o conhecer. Quero a liberdade de escrever como bem entender, sem ser pautado por regras que não me dizem nada. Escrever de forma “simples” quando quiser e de forma “culta” quando me convir. Não posso concordar que só o simples é belo. Não por achar prosaico, mas pelo paradoxo da escrita e da própria vida. Afinal, o que é “simples”? E o que é “culto”? Como bem falei, depende da idiossincrasia de cada um, ou como queira, a maneira de cada um de ver as coisas. É o nosso cotidiano que determinará se a palavra é “culta” ou “simples”, e o que não é o cotidiano se não o exercício diário de alguma coisa? Não quero parecer pretensioso, nem mesmo culto, quero apenas expressar as coisas com palavras que me dizem alguma coisa (é uma redundância, mas tá e daí?).
Mas não é só isso, é mais. Precisa também ter uma idéia. Precisa também ter uma estética. Uma estética visual. Uma estética verbal. Da idéia deve surgir, latente (oculto), sentimentos. Precisa tocar o coração, desperta na alma a emoção, a paixão, o amor, ou ainda a raiva, o ódio, o rancor. A indiferença é a morte, precisa causar indignação, precisa encetar alguma sensação. Por isso meu caro amigo, deixe-me escrever... E tenho dito!
E pra homenagear esta crônica, segue supra dois textículos (eheheh...).
por Cesar Boufleur.
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