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27.9.04

O ANDEJO

O Andejo

Ruas e becos, buracos e afins,
todos eles nesta cidade
tem partes de mim.
Noites e dias vagando a esmo,
discreteando vaticínios,
escarnecendo a mim mesmo.
Minha infausta razão, próxima do fim,
implora: por favor sorria,
e afaste a loucura de mim!
A guarida de um beijo
e mormente um abraço pujante,
é o talante deste simplório andejo.

por Cesar Boufleur.

COMENTÁRIO PESSOAL: Solidão e loucura. Um andarilho em busca de compaixão, desesperado, delirante e carente. A tristeza que envolve a solidão, transforma a raiva de viver em recalque, ódio e rejeição. A solidão de uma mesa de bar em que a única companhia é o copo estático, mudo e compreensivo. A retina fixa mirando a magnitude feminina, cega, indiferente e soberana. A infinita capacidade de amar frente à vontade insana de ser amado. O desejo de receber amor, qualquer amor, de qualquer um, um mínimo de carinho, um afago, um abraço, um sorriso, um olhar. A solidão que se transforma em loucura.

22.9.04

Mr. Dead

Mr. Dead
Hey!!! Mr. Dead, you know what I see?
I see a fucken hole in your head,
gushing blood over your hair
and flies dancing in your mouth.
Tell me what you see... what is you belive?

Hey!!! Mr. Dead, you know what I see?
I see your body in a dirty grave,
your kids crying, a wreath of flowers
and your soul in an empty place.
Tell me what you see... what is you belive?

No God, no Lord or Jesus Christh.
No Heaven, no Promissed Land or Paradise.

Welcome to the unknow, to the eternal nothing,
withtout light, without colors, without life,
where the feelings don't survive
and the human being is only meat,
covered of worms six feets...
under!!!
by Cesar Boufleur.
COMENTÁRIO PESSOAL:
Esta é uma letra de uma música não musicada, criada nos idos tempos em que me aventurava pelas melodias dissonantes do heavy metal. Trata-se de uma heresia construída na descrença de um ateu niilista e agnóstico, extravasando conceitos particulares sobre os vaticínios quiméricos do cristianismo. A morte é o fim. Não tem alma. Não tem céu. Não tem Deus. Apenas a transformação da carne humana em adubo orgânico. Morreu, literalmente, fedeu. A vontade do ser humana em alcançar a vida eterna é mais um devaneio de sua natureza egoísta. O homem é egoísta por natureza. E isso por si só explica sua necessidade de criar a vida eterna, mesmo diante da maior certeza do fim de tudo, a morte.